quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

A onça e a vara

Já diz o ditado popular que não se deve "cutucar a onça com vara curta". Sei lá, são coisas da sabedoria popular. Eu não vejo porque se deva cutucar uma onça com qualquer espécie de vara. Se o animal não está nos incomodando, melhor deixar pra lá.

Mas essa não é uma forma de pensar universal, tem gente que na falta do que fazer, para utilizar outra expressão popular "fica procurando cabelo em ovo" ou "procurando sarna para se coçar". Como se todos nós já não tivéssemos suficientes problemas com que se preocupar.

Dito assim, parece ser coisa de vagabundo, de quem não tem nada o que fazer. Essa história do reexame da lei da anistia me parece ser coisa do tipo. O governo já está reparando financeiramente os atingidos e as suas famílias, para o resto fica a dúvida: para reparar o mal a alguns, terão que reparar - por uma questão de justiça - o mal de todos.

Pode não estar na memória de todos, mas existem vítimas nos dois lados. Os subversivos da época também fizeram as suas vítimas e não há como punir uns sem punir todos os que, de uma forma ou outra cometeram crimes, seja em nome do que for.

Parece conveniente essa tese da esquerda de que "os fins justificam os meios", não cansam de afirmar, para dar um exemplo, que a história já absolveu Fidel Castro das milheres de morte no paredón na Revolução Cubana. Ué? A história é parcial? Absolve uns e condenado outros?

Por isso tudo é que eu acho melhor deixar o animal em paz...

sábado, 17 de janeiro de 2009

Pés podres nos tapetes vermelhos do reino

Definitivamente não acredito nos seres humanos, melhor dizendo ou explicando a minha descrença: não acredito em que exista santidade nos humanos, somos falíveis, pecadores, enfim, humanos. Nossa condição de humanos - em oposição a santos - já diz tudo a nosso respeito.

E é por essa descrença que evito endeusar seres humanos, além do evidente exagêro, tal prática significa reconhecer essa inexistente santidade. Confio nos humanos, como se diz, com os dois pés bem plantados para trás. Quer cometer uma injustiça? Endeuse alguém!

Sempre que isso acontece o tempo passa e se encarrega de trazer alguma verdade suja à tona. E como ficam todos aqueles que durante esse tempo todo disseram boas e loas para o ídolo de barro? Evito, pois, de cometer essa injustiça, seja louvando quem não merece ou deixando de louvar quem merece.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Conheço bem essa gente

Recebi um email bem interessante. O assunto seria (porque não avaliei sua veracidade) informar sobre a existência de uma ONG israelense encarregada de desacreditar ou influenciar os sites da internet que publicam artigos desfavoráveis a Israel nessa sua luta contra os terroristas do Hamas.

O texto, por óbvio é favorável a causa palestina e visa desacreditar os israelenses. O interessante é a origem do email: PRAVDA - acredito que se refira ao jornal da Rússia - e o meu email, ou seja, eu mandando um email para mim mesmo.

Conheço bem essa gente, o "modus operandi" é sempre o mesmo: o de um covarde que não se identifica ao dar a sua opinião e que só merece um destino: o lixo.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A alma e o diabo

Ninguém é obrigado a dizer, muito menos a escrever. E os jornalistas? E os escritores? Ninguém os obrigou a escolher as profissões em que atuam e, nelas, são independentes, ou nem todos escrevem matérias de opinião, muitos se limitam a retratar os acontecimentos do cotidiano. Sou forçado a crer que, mesmo esses profissionais, possuem a sagrada liberdade de escrever sobre e como quiserem.

Muitos dirão que eles são funcionários, portanto devem se submeter as famosas "linhas editoriais" dos órgãos de imprensa no quais trabalham. Continuo dizendo que eles são livres, ou para seguirem o que lhes manda a consciência, ou para trocarem de trabalho se isso lhes fere essa mesma consciência.

E não é só na imprensa que muitos vivem esse dilema. Não é incomum que funcionários se rebelem contra as políticas dos seus empregadores, por considerá-las pouco apropriadas, anti-éticas ou injustas para funcionários, consumidores ou o meio ambiente.

A isso popularmente chamamos "não vender a alma ao diabo", ou não deixar que alguém violente os nossos princípios para proteger algum interesse pessoal. Para os que se rebelam a situação não é fácil, muitos passam a encarnar a figura do mártir, e ser mártir não é fácil. E até nisso todos são livres: ninguém está obrigado a se tornar um mártir por livre escolha.

domingo, 9 de novembro de 2008

Aprendizados

Acrescento uma nova lição ao meu aprendizado. Não há porque buscar razões para escrever. Escrever se auto-justifica. Justifica? Escrever não é como caminhar que precisa de um objetivo, um ponto de partida e um de chegada. Mesmo assim, quantos não andam por aí a simplesmente caminhar, a esmo?

A vida fica chata quando se precisa de justificativa para tudo. Muito da vida é um simples fruir, um deixar-se levar pelos ventos. Algumas coisas são porque são, simples assim. Eu falo desse modo, mas no fundo tenho muito medo de simplificar demasiadamente as coisas. Nunca gostei desses filósofos, mágicos que pretendem desconstruir ou simplificar em excesso.


quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Blogar pensamentos

Só existo porque penso, insisto. E faço do meu pensar uma ventura. Uma aventura. Posso viajar aos mais distantes confins, visitar lugares reais e imaginários, não há limites para o pensar. O pensar liberta. O existir acorrenta. Tudo posso, tudo sou, tudo tenho no meu pensamento. Sou podre de rico, sou forte, um super-homem, sou eterno, etéreo, forte e frágil, sou feliz no meu pensar.

Sou feliz só em pensar. Penso nas coisas boas da vida. Penso nas coisas felizes da vida. Posso até pensar que o mundo é todo feito de amor, felicidade, feito de gente boa, pois todo mundo é bom no meu pensar. Se eu só pensar no bem, o que a mim faz bem, serei feliz no meu pensar. E se eu for feliz no meu pensar, serei feliz, porque eu sou o meu pensar.

A realidade é boa no meu pensar. A humanidade é boa no meu pensar. A existência é boa no meu pensar. No meu pensar, amanhã serei mais alegre, mais humano, serei mais feliz. No meu pensar.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Pensarblogagens

Pensarblogagens ou pensar bobagens? As diferenças são pequenas, mínimas, quase imperceptíveis. "Penso e blogo, logo, insisto". Esse é o lado esquisito e obscuro dos blogueiros. Quem pensabloga não bloga e pensa, coisas quase incompatíveis, bloga sem pensar, despeja idéias sem pensar, não tem o saudável espírito dos passarinhos, e sem pena do rabo, bloga. Que droga!
Mas não se grile, deixe isso para o Super Grilo, aquele que "bloga sem sentir, e usa o seu (o dele!) blogar sem se incomodar". Mas que bobagem!